Hospital Bom Jesus lamenta morte de Irmã Julita

Hospital Bom Jesus lamenta morte de Irmã Julita

Religiosa que estava no HBJ para cuidados hospitalares desde maio, era tia da ex-deputada Angela Amim

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Faleceu na manha desta segunda-feira, 18 de julho, no Hospital Bom Jesus, Irmã Julita. A religiosa que no batismo recebeu o nome de Ana Heinzen estava com 94 anos sendo que 78 anos dedicados à vida religiosa.O corpo da religiosa está sendo velado em Angelina, onde será sepultado no cemitério das Irmãs Franciscanas.

Irmã Julita viveu os últimos 22 anos de vida na Fraternidade do Provincialado, em Barreiros, São José/SC. Apesar da falta de visão, sempre acompanhava os exercícios espirituais da Fraternidade. No dia 03 de maio deste ano de 2016, com a saúde gravemente abalada, precisando de cuidados hospitalares foi transferida para o Hospital Bom Jesus, onde permaneceu até ontem, quando foi chamada de volta à Morada Eterna.

A religiosa iniciou as etapas de formação, em Angelina. Ingressou no Postulantado no dia 24 de dezembro de 1935. O Noviciado canônico ela o fez no ano de 1936. Emitiu os Primeiros Votos no dia 09 de setembro de 1937 e os Votos Perpétuos no dia 02 de fevereiro de 1944. Durante os longos anos que viveu e serviu a Deus na Congregação das Irmãs Franciscanas, teve a grande alegria de poder celebrar o Jubileu de 25, 40, 50, 60, 65, 70 e 75 anos de Vida Consagrada, este último celebrado em 2012.

A atividade preponderante de Irmã Julita, como religiosa, foi o Magistério. Era uma excelente professora de português e primava para que língua portuguesa fosse pronunciada corretamente. “Quando alguém conjugava um verbo de forma incorreta ela corrigia, com aquele seu sorriso discreto e com toda delicadeza e fineza de alma que lhe era própria”, contam as religiosas que conviveram com ela.  A atividade do Magistério ela o exerceu durante 32 anos, entre 1936 e 1968.

De acordo com Irmã Edelir Stupp, diretora do HBJ, no pouco tempo em que esteve no Hospital Bom Jesus encantou a todos com sua grandeza de alma. “Aqui recebeu todo carinho e todos os cuidados necessários, da parte das Irmãs e colaboradores”, explicou a diretora.

Irmã Julita, nasceu no dia 29 de março de 1922, no Município de Orleans/SC. Os pais, João José Heinzen e Agatha Pickler Heinzen tiveram 14 filhos. Ela era a sétima filha do casal. Com a graça de nascer no seio de uma família profundamente religiosa alem dela quatro irmãs se tornaram religiosas na Congregação das Irmãs Franciscanas.

“Irmã Julita foi a última da família a falecer. Ainda esteve presente no sepultamento de sua Irmã Herondina, ocorrido no dia 27 de janeiro deste ano”, completa Irmã Edelir Stupp.

Irmã Julita, era tia da ex-deputada federal Angela Amim.

 

Auto Biografia de Irmã Julita:

“Graças a Deus, venho de uma família muito unida. Meus pais eram muito carinhosos e dedicados para conosco, incutindo-nos bons costumes, respeito mútuo e uma religião sólida. Rezavam muito para que seus filhos fossem felizes na escolha de sua vocação. Na escolha pessoal de minha vocação, também eu invocava com frequência, as luzes do Espírito Santo e a proteção de Maria Santíssima, buscando a sabedoria, que é um reflexo da luz eterna e espelho sem mancha da atividade de Deus. Tinha consciência de que a mais elevada razão da dignidade humana consiste na vocação à comunhão com Deus, de onde vem a força e as luzes para o autoconhecimento e a realização da vocação. Mas, o meu chamado à vida Religiosa consagrada, foi em grande parte, fruto da oração de minha mãe, que rezava muito para que cada filho  pudesse ser feliz e útil para o Senhor e para a sociedade. Quando professei os Votos Perpétuos, me senti muito feliz e realizada. Não obstante as dificuldades e dúvidas que iam surgindo, procurava o discernimento na oração e na orientação de um guia espiritual e sempre tive uma resposta de incentivo, lutando pelo Tesouro escondido. Já completei 75 anos de vida religiosa e muito me alegro pela escolha que o Senhor fez de mim. Foram muitos os benefícios e graças que já recebi e continuo recebendo das mãos benfazejas do Pai, por intermédio de nossa Mãe celeste. Espero alcançar a graça da perseverança e morrer santamente, para cantar com os santos e anjos os louvores do Altíssimo e bom Senhor”. Num dos seus escritos, encontramos o seguinte: “por não ter conhecimento de minha última hora, quanto ao tempo e quanto ao modo, deixo aqui expressa minha vontade final: meu desejo é de morrer na graça de Deus, em comunhão com minhas coirmãs na Congregação que abracei… Ignoro a existência de quaisquer inimizades pessoais. Mas, se por ventura, ofendi por pensamentos, palavras e ações a quem quer que seja, queira perdoar-me a fraqueza. De minha parte, não levo ressentimento contra ninguém… Desejo que minha morte seja um ofertório a Deus pela Congregação, pelo clero, pelas pessoas que colaboraram com a minha formação e permanência na Vida Religiosa… Adeus às minhas coirmãs, a meus irmãos, parentes, amigos e conhecidos, e até o nosso encontro na eternidade. No meu enterro desejo que cantem ‘Nome dulcíssimo’.”