Mais de dois mil atendimentos por mês: Alta demanda de atendimentos causa reclamações no Hospital Bom Jesus

Mais de dois mil atendimentos por mês: Alta demanda de atendimentos causa reclamações no Hospital Bom Jesus

Em coletiva de imprensa responsáveis pela gestão da unidade hospitalar, explicam que população precisa entender a diferença entre atendimentos de urgência e emergência, e procurar atendimentos nos postos de saúde.

FABIANO

Reclamações na demora dos  atendimentos no Pronto Socorro do Hospital Bom Jesus (HBJ), procedimentos com gestantes, mudanças na gestão, investimentos e reformas. Esses foram os assuntos tratados na segunda-feira, 18, em uma Coletiva de Imprensa realizada nas dependências da unidade hospitalar. A imprensa da região foi recepcionada com um café da manhã, com o intuito de prestar esclarecimentos à população. As explicações foram prestados pelo co-gestor do HBJ Fabiano Amorim.

O primeiro assunto a ser tratado, foi com relação aos atendimentos no Pronto Socorro. Fabiano explicou que o grande número de atendimentos, que tem ultrapassado a marca de 2 mil por mês, e as obras de reforma e ampliação realizadas no setor de urgência e emergência e Raio X do HBJ, têm gerado insatisfação e reclamação por parte de alguns pacientes que dão entrada no Pronto socorro.

“O volume de atendimentos, mais de dois mil por mês,  é muito alto para um Pronto Socorro do porte do HBJ. Com tanta demanda, e ainda com obras de reforma e ampliação no setor, nossa maior reclamação hoje é com relação a demora para que o atendimento aconteça.”, explica.

Amorim explica que para otimizar o atendimento, a classificação dos pacientes tem seguido o Protocolo de Acolhimento com Classificação de Risco. O Protocolo de Acolhimento segue a Portaria 2048, de 5 de novembro de 2002, do Ministério da Saúde  e visa identificar os usuários que necessitam de atendimento médico, com priorização do atendimento de acordo com critérios clínicos e não por ordem de chegada.

“Com o protocolo os usuários que procuram o Serviço Urgência e Emergência do Hospital Bom Jesus são acolhidos e classificados por um Enfermeiro devidamente capacitado, é feita uma avaliação e identificada à necessidade de prioridade na assistência médica. São três níveis de classificação, e o tempo máximo de atendimento é de 4h, variando de acordo com o número de emergências que chegam”, relata. (Veja Tabela).

Fabiano acrescenta que dependendo da ocorrência de emergência que da entrada no setor, toda a equipe de profissionais é direcionada para o atendimento. “Pode chegar como já chegou aqui, ambulância com dois, três politraumatizados. Uma ocorrência de infarto, demanda a atenção dependendo do caso, de até duas horas, e nesse tempo a equipe vai cessar o atendimento de pacientes com classificação menos grave”, pontua.

A constatação é de que na maioria das vezes as reclamações ocorrem porque há dúvidas dos pacientes com relação ao que é atendimento de urgência e emergência. Dados apontam que mais de 90% dos atendimentos não deveriam ser tratados no PS e sim nos Postos de Saúde. “As pessoas que não estão em situações eminentes de risco de morte, deveriam antes de solicitar o atendimento no Pronto Socorro do Hospital, procurarem as unidades básicas de Saúde. Se essa demanda fosse dividida, não teríamos essas reclamações”, conclui.

 

Classificação do Protocolo de Acolhimento com Classificação de Risco:
– Vermelho para os usuários em situações de emergência que necessitam de atendimento médico imediato.
– Amarelo para os usuários classificados como situações urgentes que deverão receber atendimento médico no máximo em 30 minutos, pois estes apresentam riscos de agravo à saúde caso não recebam um atendimento rápido.
– Verde para os usuários com queixas recentes/agudas que não ultrapassam um mês, não apresentam alterações significantes de sinais vitais e sem risco de agravo a saúde, estes devem ser atendidos em até 240 minutos (4 horas).

 

Encaminhamentos gestantes

 

Outra reclamação que diz respeito ao atendimento de pacientes, está relacionada aos procedimentos com as gestantes. Durante a coletiva Fabiano Amorim, co-gestor do HBJ, explicou que a queixa esta relacionada à quantidade de vezes que muitas gestantes dão entrada no hospital.  Segundo Amorim existe uma norma do Ministério da Saúde, e o hospital precisa padronizar e preconizar o parto normal. “Muitas vezes as pessoas não entendem porque depois de dar entrada a gestante é liberada, pra que volte horas mais tarde. Não podemos deixar as gestantes”, explica.

Fabiano acrescenta que cada gestante tem um estágio diferente para entrar no trabalho de parto, e durante esse período, não é adequado mantê-las no ambiente hospitalar, já que estariam sujeitas a varias situações que poderiam comprometer a saúde e integridade delas e do bebê.

“Nós pedimos a população a compreensão disso também. São questões técnicas, estamos cada vez mais nos aprofundando na área técnica e nós precisamos ter isso muito bem padronizado. Por seguir essas questões, é muito baixo o índice de infecções dentro do hospital. Depende disso também a saúde das pessoas”, conclui.

 

Mudanças na Gestão

Desde o início de 2016, como forma de buscar a sustentabilidade dos hospitais mantidos pela Congregação das Irmãs Franciscanas de São José, a equipe de Consultoria em Saúde da empresa Amorim e Associados tem sugerido mudanças na gestão dos hospitais:  Hospital Bom Jesus  de Ituporanga, Hospital e Maternidade Maria Auxiliadora de Presidente Getúlio e o Hospital e Maternidade Nossa Senhora da Conceição de Angelina. O intuito é buscar a integração das Unidades Hospitalares, com parceria para a compra de medicamentos e prestação de serviços.

“Estamos implantando rotinas de exames, padronizando medicações. O que a gente quer é que as três casas funcionem de uma única maneira para poupar recursos”, explica o co-gestor Fabiano Amorim.

A partir desta semana, por conta dessa integração entre as casas, a lavanderia do Hospital de Presidente Getúlio será fechada, e a demanda passara a ser atendida pela lavanderia do HBJ. Está em estudo também a criação de centrais de compras  e de estoque, de um laboratório, para que todo o processo seja feito em conjunto.

“Estamos tentando otimizar ao máximo para ter a maior rentabilidade possível, para que possamos equilibrar as casas financeiramente”, finalizou.

 

Investimentos e obras:

 

Seguem as obras de reforma e ampliação dos setores de Pronto Atendimento e Imagem do Hospital Bom Jesus (HBJ). Com as melhorias, será ampliado o setor de radiologia e haverá uma separação para o atendimento do Pronto Socorro, com um acesso exclusivo para casos de urgência e emergência e outro para casos ambulatoriais. A previsão é que as obras sejam concluídas em 4 meses, informação que foi confirmada por Fabiano Amorim, co-gestor do HBJ durante a  coletiva.

As obras servirão também para que o HBJ adéque-se as normas previstas pela vigilância sanitária. De acordo Fabiano Amorim, a orientação da vigilância é que os acessos ao Pronto Socorro sejam exclusivos: um acesso para casos de urgência e emergência e outro acesso para pacientes ambulatoriais.

Esta prevista na obra também a ampliação do setor de radiologia com a construção de uma nova sala e instalação de um novo aparelho de Raio X convencional, que dará maior funcionalidade para o setor.