Método Montessori

O Sistema Montessori de Educação tem sua origem na Itália, no início do século XX, através dos estudos da Dra. Maria Montessori. Mais que um método de ensino, constitui-se em uma filosofia de vida que busca o desenvolvimento pleno do ser humano baseado na idéia do “ajude-me a crescer, mas deixe-me ser eu mesmo”.

O Sistema Montessori tem como princípios norteadores:

  • o respeito à individualidade;
  • o estímulo à autonomia;
  • o aprender a aprender;
  • a educação para a vida.

No ambiente escolar, o aluno vivencia situações que permitem o amadurecimento da sua capacidade de autonomia e aquisição de posturas mais equilibradas no relacionamento com o mundo e com os outros, visando a educação cósmica. Além disso propicia a evolução do educando consciente, curioso, crítico, dono do conhecimento ou cultura básica, respeitando a si mesmo e aos outros de forma responsável, independente, disciplinada e ética.

Para que esse processo aconteça naturalmente o ambiente e o espaço da escola são cuidadosamente preparados. São oferecidos materiais que despertam o interesse e a curiosidade, levando-os à aprendizagem.

O CEMJ disponibiliza práticas e modernas instalações, sendo que a última atualização de ambiente foi concluída em 02/2006, quando se deu atenção especial ao espaço reservado para a creche (que atende crianças de 4 meses a 2 anos).

É respeitado o tempo de cada um e, valorizada a opção de escolha de acordo com os princípios montessorianos. Nesse contexto o professor atua como mediador da relação de ensino-aprendizagem, observando o processo e interferindo quando necessário.

Elementos fundamentais

Ambiente de Aprendizagem

O foco da atividade montessoriana é para a aprendizagem da criança. O ambiente montessoriano deve ser sensível às necessidades emergentes dos alunos, de acordo com seus interesses, habilidades e potencial.

É compreendido como um espaço privilegiado para a educação, por isso deve ser maleável com a finalidade de continuar atual e perceptível aos elementos necessários para a construção do conhecimento. É um espaço cientificamente preparado para propiciar o desenvolvimento, favorecer o aprimoramento das habilidades e auxiliar no processo de construção de um ser humano comprometido com o meio ambiente., consciente de sua tarefa cósmica.

Atividade de aprendizagem

As crianças aprendem agindo no ambiente. A força motivadora da aprendizagem num ambiente montessoriano vem de dentro da criança. Este impulso para a competência é preenchido por sua curiosidade e interesse.

As relações de aprendizagem

Nesse processo as crianças são estimuladas a dar suporte umas às outras.

A espiritualidade montessoriana

Montessori via a criança para além de um organismo material, como uma entidade espiritual animada por uma força vital divina.

Características do Currículo do CEMJ

Favorece o desenvolvimento da consciência de que tudo faz parte do macroambiente, numa visão holística. Possibilita a vivência de culturas: familiar, do grupo social ao qual pertence e de sua inserção na cultura da humanidade. Mantém acesa a chama do aprender, favorecendo a criação e a ampliação dos esquemas mentais.

Atividades do aprendizado Montessori

Para Montessori, o contato direto das mãos com objetos reais a serem estudados, ou com modelos concretos que tragam conceitos abstratos para a realidade, permite aos alunos aprender com um entendimento mais profundo.

É natural que as crianças toquem e explorem coisas no mundo que as cercam. Qualquer ambiente verdadeiramente montessoriano, encoraja os alunos a se movimentar livremente dentro de limites razoáveis e com comportamento apropriado. Em geral, as crianças são autônomas na escolha dos seus trabalhos.

Um dos conceitos-chave de Montessori é a ideia de que a criança é conduzida pelo seu próprio desejo de se tornar competente e independente no mundo, aprendendo e desenvolvendo habilidades. Nesse processo de fazer escolhas independentes e explorar conceitos por conta própria, a criança montessoriana constrói sua própria consciência de identidade e seus conceitos de certo e errado, além de desfrutar de uma liberdade de movimento e escolhas consideráveis. Entretanto, sua liberdade tem limites cuidadosamente definidos no âmbito de seu comportamento, pois pode fazer qualquer coisa apropriada de acordo com as regras básicas da comunidade, mas é redirecionada com firmeza, caso ultrapasse os limites.

Nos programas Montessori, as crianças aprendem porque têm interesse pelas coisas e porque todas as crianças compartilham do desejo de se tornarem sujeitos do seu próprio desenvolvimento.

MONTESSORI, Maria. Mente absorvente. Rio de Janeiro: Nórdica
ROSSETI-FERREIRA, Maria Clotilde et al. Os fazeres na Educação Infantil. São Paulo: Cortez, 1998

Dez Mandamentos do educador montessoriano

  1. Jamais interromper o trabalho da criança sem ser por ela convidado.
  2. Abster-se de criticar negativamente a criança, seja na sua presença ou em sua ausência.
  3. Ajudar a criança, oferecendo-lhe um ambiente onde ela possa se concentrar e com isso, se elevar.
  4. Zelar por um ambiente organizado, assumindo a função de observador e orientador no manuseio correto dos materiais.
  5. Estar sempre pronto para responder as perguntas da criança e atendê-la em suas necessidades.
  6. Respeitar os erros iniciais da criança na manipulação do material, pois posteriormente estes tenderão a desaparecer. Se persistirem e houver razão suficiente, corrigi-los com firmeza.
  7. Respeitar as crianças que param por um momento para observar os outros. Não forçá-las à atividade porém ajudá-las na procura das mesmas.
  8. Valer-se de pesquisas e estudos para manter-se atualizado e aprofundar seus conhecimentos.
  9. Ser infatigável na apresentação de um material que a criança se recusou a aprender, ou àquele em que teve dificuldade.
  10. Tratar sempre a criança da melhor maneira e oferecer-lhe o que de melhor existe, dentro de si mesmo.

Perfil do educador montessoriano

  1. É um educador em sintonia com os princípios profundos e permanentes da VIDA e consciente de sua responsabilidade no desenvolvimento cognitivo, moral, social e espiritual; estimula o amor e o cuidado à Vida, através da educação cósmica.
  2. Tem amor, compromisso, engajamento e lealdade com a missão/metas e atividades da instituição que serve – “Amor é o que o amor faz”.
  3. Atua como observador científico, guia, mediador, aprendente/ensinante, inquiridor e instigador de novos desafios.
  4. É um estimulador da aprendizagem, encoraja o aprender a aprender e o aprender por si mesmo, favorecendo a autonomia, a iniciativa e a atitude aprendedora.
  5. Dedica um absoluto respeito ao educando, possibilitando-lhe o desabrochamento da individualidade, sempre acolhedor ao mistério de cada ser.
  6. Prepara um ambiente propício à aprendizagem, permite a liberdade de movimento, de escolhas de atividades, valorizando as diferenças.
  7. Cultiva a ordem, a disciplina e o silêncio que brotam de um trabalho interior, gerando harmonia, beleza e equilíbrio.
  8. Acredita no embrião espiritual de cada ser humano, deixa-se guiar por ele e faz-se servidor da imanência de cada criatura.
  9. Cultiva relações profissionais sadias: respeito para com as pessoas, aos cosmos e as coisas; cultiva a humildade, a cooperação e a solidariedade, pois precisamos uns dos outros; persistência nas dificuldades e desafios; honestidade e transparência nas relações; ética e dignidade no pensar, falar e agir; resiliência, aprende a lidar com as frustrações e encara as dificuldades como oportunidades de crescimento; competência: busca alcançar a própria excelência.
  10. Porta-se como uma DÁDIVA DE PAZ em todas as situações e relações e coloca-se como militante deste dom.